Este texto foi desejado. Depois criticado, censurado e descartado. Finalmente recuperado e publicado.
Está fazendo 20 anos em março de 2021. Fala muito de mim e de nós: da teologia feminista que somos.
Escrevi a convite da organização do 14 Congresso Eucarístico que aconteceu em Campinas/SP em 2001. Aceitei com gratidão e empenho. Pesquisei, elaborei, estudei e apresentei o texto.
A avaliação não foi boa! Pediram para mudar tanta coisa que... não dava pra fazer. Diziam que o texto não se encaixava com a proposta do Congresso Eucarístico.
O texto ficou interrompido.
Foi então que o grupo de Católicas pelo Direito de Decidir resolveu assumir o desafio e publicar o texto apesar de tudo. E foi assim que descobrimos na prática que a teologia feminista é ecumênica - macro, pluri, hiper, tudo - ou não será.
O livreto termina com um poema que denuncia "a única mesa" que as mulheres não podem servir: a eucarística. 20 anos depois ainda estamos denunciando a fome do povo e a falta de democracia e direitos nas igrejas. Muita coisa mudou: estamos mais fortes, mais ecumênicas e mais autônomas.
EUCARÍSTICA
Coma-me!
Este é o meu corpo:
prato-me
parto-me
pão.
Eis-me bocado
Memória de mim.
Beba-me!
este é o meu sangue;
verto- me
en-torno-me
Vinho.
Eis-me embebida
Memória de mim.
Toma-me!
esconda-me
renda-me
toalha-me
encolha-me
cala-me.
Sem memória de mim
eu como a migalha
debaixo da única mesa
que não posso servir.
- texto completo:
https://catolicas.org.br/wp-content/uploads/2021/01/publicacao-cotidianos-sacramentos.pdf
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluiry lo cargo conmigo donde voy, pq cuando estoy cansado de las instituciones, me refresco en esas eucaristías otras que me hacen caminar y soñar... vc sabe que é minha mestra no camino da vida, assim todo junto e misturado como a vida é.
ResponderExcluirObrigado... Relembrando a unção de Betânia, no Evangelho de Marcos: a mulher que atua como sacerdote que derrama o óleo perfumado da consagração na cabeça de Jesus... Abraço...
ResponderExcluir